Em depoimento na CPI, empresário confessou que manipulou resultados de 42 jogos e, com isso, faturou R$ 300 milhões.

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Jorge Kajuru e Romário comandaram CPI no Senado que colheu o depoimento remoto do Willian Rogatto.

Em depoimento virtual à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado, nesta terça-feira (8), o empresário William Pereira Rogatto confessou sua participação em um esquema ilegal de apostas no Candangão, o campeonato estadual do Distrito Federal, neste ano.

Ele também revelou ter sido o responsável pelo rebaixamento de 42 times do futebol brasileiro e afirmou ter lucrado R$ 300 milhões com a manipulação dos resultados.

‘Rebaixei 42 times e sou conhecido como rei do rebaixamento, mas não dá para ganhar dinheiro sem rebaixá-los. Não estou matando ninguém, roubando ninguém, o sistema é falho. Estou indo contra o sistema. A criação da máquina me favoreceu, encontrei a brecha”, declarou.

O empresário, que gerencia o Santa Maria, time que disputa o campeonato estadual citado , admitiu ter usado a estrutura do próprio clube para manipular os resultados das partidas.

”(Sou) Réu confesso, totalmente. Comecei a trazer jogadores de nome, mostrando para ela (Dayana Nunes, presidente do Santa Maria) que eu iria fazer um excelente campeonato. Daqui a pouco, eu falei que os jogadores meus de nome não tinham condições de ir, mas que ia dar tudo certo. E, infelizmente, eu vim a rebaixar o Santa Maria. Desculpa, mais uma vez, peço perdão para as pessoas”, seguiu.

William Rogatto contou que vive em Portugal e afirmou que não podia revelar tudo o que sabia, pois temia por sua própria segurança.

As revelações do empresário surpreenderam os senadores, que até ofereceram a ele uma delação premiada e a inclusão no sistema de proteção à testemunha. No entanto, Rogatto disse que essas medidas não seriam suficientes para garantir sua proteção.


O empresário mencionou John Textor, dizendo: “Ele não é tão louco assim”, fazendo alusão ao dono do Botafogo em meio às suas declarações durante a CPI.

Durante seu depoimento, William Pereira Rogatto mencionou John Textor, dono da SAF do Botafogo. Textor havia feito denúncias sobre manipulação de resultados em partidas do Brasileirão nos anos de 2022 e 2023.

“Não sei quais provas ele tem, mas posso dizer que as pessoas que trabalharam para mim também atuaram contra ele nesse campeonato. Garanto que o John Textor não está completamente errado. Chamam ele de louco, mas ele não é tão louco assim”, afirmou Rogatto.