CBF dá o troco no Botafogo e manda o recado: o líder só vai levar o título se conseguir passar pelas arbitragens tendenciosas.

Arbitragem Botafogo Brasileirão Futebol
foto : Vítor Silva / BFR

A expulsão injusta de Gregore mostra que o Glorioso só tem uma opção: pegar toda essa indignação e transformar em uma performance de altíssimo nível.

O Botafogo não tem mais escolha nesta temporada. A partir de agora, o time vai ter que superar arbitragens tendenciosas e fatores obscuros para conquistar o tricampeonato nacional. A única saída é jogar em altíssimo nível para dar a resposta que o VAR merece. Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso percebe que a CBF retaliou o dono da SAF do clube, John Textor, por ele denunciar a manipulação de resultados no futebol brasileiro. Com o presidente Ednaldo Rodrigues no comando, o futebol virou qualquer coisa, menos um jogo justo. Não é à toa que a Seleção, que já foi respeitada, hoje é a quarta força na América do Sul e nem consegue se classificar para as Olimpíadas.

A CBF, como todo mundo já sabe, é uma entidade sem credibilidade. Já teve ex-dirigente preso, outros envolvidos em escândalos de assédio sexual, e uma série de situações que deixam em dúvida a transparência dos torneios que organizam. Prejudicial para o futebol brasileiro, a confederação fere o princípio de igualdade nas competições quando suas arbitragens influenciam o resultado dos jogos, como vimos na última quarta-feira (7), em Salvador, na partida entre Bahia e Botafogo pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Futebol é um esporte de contato. O volante Gregore, numa disputa de bola, acaba resvalando o braço no adversário, sem intenção e sem excesso de força. Mas o VAR decidiu chamar o árbitro para mudar a decisão de campo, expulsar o jogador do Botafogo e deixar o time carioca com um a menos na partida decisiva contra o Bahia. Esse cartão vermelho, obviamente, abriu o caminho para o Bahia avançar às quartas de final. O lance foi tão absurdo que até a imprensa do 7 a 1, na maioria, criticou a decisão. Só um ex-árbitro corporativista e um apresentador, de forma intelectualmente desonesta, defenderam a marcação absurda de Daniel Nobre Bins.

Quando Martinelli, do Fluminense, acerta as solas da chuteira em Gregore, ou quando o volante é agredido por um jogador do Cuiabá, ou ainda quando Hugo Moura, do Vasco, machuca Tchê Tchê a ponto de ele precisar de pontos, o VAR da CBF parece não ver nada de errado. Às vezes, nem o cartão amarelo sai do bolso dos árbitros. Mas é só um jogador vestir a camisa preta e branca do Botafogo e encostar em um adversário, que a tecnologia se apressa para mudar a decisão de campo.

Botafogo Também Não Se Ajuda

Institucionalmente, o Botafogo tenta reclamar com ofícios enviados à CBF, como mencionou o CEO do clube, Thairo Arruda. Mas, obviamente, não recebe resposta, como se estivesse falando sozinho. É como se a vítima pedisse ao ladrão para devolver o que foi roubado. Nos bastidores, o único aliado do Glorioso parece ser o Senado, que está de olho nos desmandos da confederação. Qualquer outro movimento, neste momento, seria se curvar ao sistema e admitir a derrota nessa guerra que começou em 2023.

Dentro de campo, o técnico Artur Jorge tem a missão de manter os jogadores motivados e longe de declarações polêmicas. Cada palavra mal colocada pode ser um gatilho para um auditor do STJD aparecer e prejudicar ainda mais o time. O segredo é não dar brechas. Transformar a indignação em desempenho de alto nível é a única solução a curto prazo. Mas, o próprio Botafogo não tem se ajudado. Contra um Juventude desfigurado, no último domingo (11), o time acordou tarde e jogou sem energia. Aí fica complicado.

fonte : baseado em Leonardo Pereira/Jogada10