UMA OPINIÃO BOTAFOGUISTA
A temporada de 2025 do Botafogo expôs, mais uma vez, a desconexão entre discurso e prática da direção do clube. As palavras de John Textor, ao afirmar que “a temporada começa em abril”, foram um prenúncio da mentalidade pouco competitiva que marcou o ano. Enquanto os rivais encaravam desde o início cada torneio como prioridade, o Botafogo apostou na ideia de escolher seus momentos, um erro estratégico que cobrou caro.
A falta de ambição ficou ainda mais evidente em episódios decisivos. A venda do goleiro John no auge da temporada, em meio a disputas cruciais de Libertadores e Copa do Brasil, foi um golpe na própria competitividade da equipe. Em vez de reforçar o elenco para lutar em igualdade de condições, a direção optou por enfraquecer o grupo justamente quando cada detalhe fazia diferença. O resultado foi previsível: eliminações dolorosas e a perda da oportunidade de consolidar o clube no cenário internacional.
Para completar, a decisão de liberar jovens promissores como Montoro e Barreira para seleções de base em pleno momento de pressão no Brasileirão mostra uma gestão desconectada da realidade. O time luta para se manter no G6, posição vital para garantir a presença tanto na Libertadores quanto na Copa do Brasil do próximo ano, mas vê seus ativos mais valiosos sendo cedidos em nome de um “planejamento” que não dialoga com a urgência esportiva.
O Botafogo vive um novo momento conturbado administrativo e financeiro, mas a grandeza de um clube não se mede apenas por balanços. Se a ambição esportiva não acompanhar a evolução fora de campo, o risco é transformar o que poderia ser uma era de afirmação em mais uma oportunidade desperdiçada. A torcida alvinegra merece mais do que promessas de projetos futuros — merece um presente competitivo, ousado e digno da sua história.